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terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Terço e o Reich

Há já algum tempo que não escrevo, porém, volto a faze-lo, peço desculpas pela falta de textos, tenho tido poucas ideias e as que tive não achei suficientemente boas para publicar, mas eis que agora vos escrevo, então aproveitem (ou não).
Antes de começar, eu gostaria de falar brevemente sobre as peculiaridades que ambos apresentam.
Ao me referir ao terço, acho que fica claro a menção a religião, não uma instituição especifica, mas o gênero institucional que preside e regimenta a tudo que é relativo as crenças em geral (por mais absurda que qualquer tipo me pareça).
Quando me refiro ao Reich, me refiro exatamente a oque deve estar vindo a cabeça de vocês nesse momento, meus caros leitores, ao terceiro Reich de Hitler e do nazismo, mas não pelo mal físico e econômico que eles ajudaram a criar graças a guerra mundial na qual estavam envolvidos, mas sim ao conceito de institucional do mesmo.
Mas oque tem a ver uma coisa com a outra? Devem vocês estarem me perguntando.
Há de ser notada as inúmeras semelhanças entre os dois conceitos institucionais, que também foram comuns a diversos outros governos ditatoriais. Veja por exemplo, A semelhança que apresentam os seguidores de diversas seitas politicas ou religiosas.
Ambos, em geral são pessoas que se tornam intolerantes, de certa forma alienadas (apenas em alguns aspectos, nada impede que um militante politico, ou um fiel fervoroso seja genial em varias áreas, vide Marx, Santo Agostinho, Bakunin e Michelangelo por exemplo), e que são, em geral, basicamente incapazes de estabelecerem duas vertentes em seu pensamento, uma de pensamento analítico, imparcial e outra emocional, uma vez que sua fé em sua causa acabou por extinguir a capacidade de analise imparcial, ou acabou fazendo com que sua crença e seu sentimentalismo fizessem com que sua bússola moral se apoderasse de sua capacidade de analise fria, tão diminuta, que qualquer palavra proferida por seus lideres, se tornaria lei inquestionavelmente, tamanho o fanatismo, a expectativa e a confiança que foram depositadas sobre a imagem e a figura de lideres, que seus ídolos tomaram.
Isso ocorre nos mais variados lugares, contextos e situações, o culto a personalidade e a fanatização das massas sempre foram artifícios usados, desde que o homem se estrutura em sociedades baseadas em hierarquias de poder, e seguem sendo usadas hoje, em alguns casos, de modo diferente, como por exemplo a industria musical, que se utiliza a décadas desses método, mas com sua releitura particular dessa metodologia, de um modo "capitalizado".
As semelhanças não somente a fanatização por meio do culto a personalidade, há em paralelo outros processos de fanatização que como esse, também são utilizados, como por exemplo a missão institucional, que se aceita, dará aos seus seguidores fiéis a "recompensa", utópica, que só esses "iluminados" receberão, ou que só suas ideologias podem entregar à sociedade. Essa definição é tão cheia de significado quanto a própria busca por ela, uma vez que o resultado não virá, e o fim da busca é o fim da própria existência. A mentira (infelizmente) não poderá ser desmascarada de modo satisfatório e suficientemente contundente para convencer os praticantes e seguidores das respectivas doutrinas, se bem que em alguns casos, não há forma de convencimento, por mais factível que essa tenha sido, que possa abrir os olhos desses seres, uma vez que os processos de fanatização foram tão eficientes que torna-se praticamente impossível, apresentar a essas pessoas qualquer tipo de ponto de vista diferente, por mais factuais que esses possam ser. Eis um exemplo, por mais que tente, é quase impossível fazer um militante politico da extrema esquerda compreender a causa da direita, e vice-versa. O mesmo vale para a religião, e nos dois casos oque de melhor pode acontecer é que as pessoas de pensamentos antagônicos se suportem, uma vez, que até hoje o mundo assiste a cenas de mais pura intolerância que se passam no cenário político mundial e no cenário religioso, e nas mais diversas áreas da sociedade moderna, como exemplifica um trecho do texto "O Poder do Pensamento Mágico" de Neil Peart:
"Não-crentes são sempre advertidos a "respeitar" as crenças dos outros, mas não são respeitados por sua vez. Da mesma forma, não acredito nem por um segundo que os mórmons "respeitam" as crenças da Cientologia, por exemplo, ou as Testemunhas de Jeová dão igual peso aos ensinamentos do profeta Maomé. Coloque dez crentes das religiões mais importantes do mundo em um círculo, e seus balões de pensamento vão mostrar o mesmo que o meu: "Você acredita nisso?""  
Isso é prova cabal de que o trabalho de fanatização foi realizado com muito sucesso e de forma deveras eficiente, tão eficiente a ponto de desprover as pessoas da capacidade de realizar silogismos simples,e da capacidade de aceitar e respeitar as diversas opiniões, posicionamentos e crenças.
Partindo do principio de Newton de "Toda a ação tem uma reação" a fanatização das pessoas gera consequências, como o afastamento e a intolerância para com os diferentes. Essa intolerância já escreveram varias páginas negras na história humana (vide o holocausto, a inquisição, etc.)
Atualmente, a "moderna e politizada" sociedade humana segue os mesmos caminhos que sempre foram seguindo, uma vez que o culto a personalidades atuais é reforçado pela mídia e pelas próprias pessoas, que fazem questão a se prender aos "ídolos" imagens referenciais, as quais essas tem uma forma muito perigosa de cultuar, criando uma imagem com importância e relevância exageradas. Por exemplo
No brasil, as pessoas dão muito valor a determinadas pessoas, em geral, esportistas que não fazem nada de real relevância para a humanidade mas que porém são tratadas como ídolos, gênios e "salvadores da pátria" pelo simples fato de serem proficientes em um esporte; enquanto isso, o médico brasileiro Carlos Chagas é uma figura totalmente desconhecida e desprezada por boa parte da população brasileira. Há pouco tempo atrás uma emissora de televisão realizou um votação online para eleger os "100 maiores brasileiros de todos os tempos", o resultado, como já era esperado, refletiu a perigosa e vazia trilha que as massas populacionais à muito trilham caminhos muito, digamos  "duvidosos", que levam á supervalorização do irrelevante e do descartável e que colocam todos os projetos e marcas relevantes para a sociedade atingidos em "um canto escuro", oque vem desestimulando muitas pessoas com grande potencial e talento para realizar avanços para humanidade e fazendo a massa populacional sonhar com assuntos levianos e simplórios.
Existe atualmente uma inversão de valores que deve ser combatido através de uma totalmente nova reestruturação social para que a intelectualidade, o conhecimento e o esforço relevante ressurja em meio à grande quantidade de inutilidade que surge nos meios de difusão de informação.
 

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